terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Balanço de fim de ano

Como este é o último post de 2007, acho que vou fazer um pequeno balanço do meu ano e planos para 2008, em relação a timidez.
Acho que ainda não dei meu "salto quântico" em relação a este problema. Sou um cara meio ansioso e impaciente, e gostaria que meu progresso tivesse sido bem maior. Mas parando para pensar em como eu era há um ano atrás, posso ver claramente o quanto progredi em relação a isto.

Por exemplo, na questão de me aproximar de garotas desconhecidas, há um pouco mais de um ano atrás, isto era completamente impensável para mim. E gente que fazia isto para mim estava apenas pagando mico. Hoje é uma possibilidade ao alcance das minhas mãos. E quando consigo fazer isto, me sinto no topo do mundo, como se tivesse venccido um King Kong em uma luta de vale tudo. E melhor ainda, sentindo que isso não é tão difícil como eu pensava. Mas claro, deveria fazer isto muito mais para poder colher algum resultado.

Tenho que trabalhar nas minhas habilidades de conversação. Quero ser alguém capaz de ter uma conversa decente com qualquer pessoa que encontrar. Essa é uma de minhas metas e se quiser que se realize, preciso me livrar de meus preconceitos e falar com todo mundo. Não apenas com meus amigos e com mulheres bonitas. Preciso começar a me interessar pelas pessoas que não conheço (preciso descobrir como faço para criar esse interesse por outras pessoas na minha cabeça).

Além disso, acho que minha voz não me ajuda muito. Na verdade, a forma como a uso. Eu sou o tipo de gente que as pessoas vivem pedindo para "falar pra fora". Sempre tenho que repetir o que disse, o que é um saco. Preciso aprender a usar minha voz de forma mais cativante e carismática. Mais confiante.

Preciso otimizar minhas "caçadas" e viver um pouco mais minha vida. Neste ano eu andei bastante, "caçando" minhas vítimas. Basicamente garotas sozinhas que fossem "abordáveis". E preciso dizer que fazer isto é um saco. Eu estava sentindo como se estivesse trabalhando, e acabava a maioria das vezes apenas ficando bastante cansado ded tanto andar. Ainda sinto a necessidade de caçar, porque se depender de mim eu posso acabar ficando muito tempo em casa na frente do computador/TV/video-game. Mas preciso otimizar isto de forma que eu possa fazer outras coisas pra mim, preciso viver um pouco, cuidar de outros interesses, senão vou falar de que com outras pessoas? De caçar garotas? Pode até render um bom papo com os caras em um bar, mas é limitado para conversar com outras pessoas. Preciso aprender a usar melhor meus olhos, o contato visual, para analisar a receeptividade das vítimas. E preciso aprender a abordar meninas mesmo quando estou fazendo algo que não tem nada a ver com "caçar", como por exemplo fazendo compras no supermercado.

Percebi algo que não faço e que parece ser mal de tímido, mas que pode ser de grande ajuda na contrução de rapport. Eu não aprecio as qualidades das pessoas em voz alta. Coisas como dizer as pessoas o que você gosta nelas. Dizer às pessoas que você gosta delas, mesmo que não sejam amigos. Não estou pregando o puxa-saquismo. Puxar o saco é quando fazemos um elogio não genuíno, apenas para ganhar a simpatia da outra pessoa. Estou falando aqui de perder o medo de dizer o que pensa, principalmente quando é algo positivo. Que mal faz a pessoa saber que apreciamos uma certa qualidade nela? Eu costumava achar inútil dizer essas coisas, e me sinto bastante inibido para fazer qualquer tipo de elogio, mas preciso aprender a mudar minha cabeça nesse sentido. As pessoas não tem como adivinhar que você as aprecia, e nem porque as aprecia. Apenas conte a elas.

Preciso parar de adiar coisas, de ficar desistindo de fazer algo e me dando desculpas. Poderia ter abordado 100 vezes mais mulheres se não fosse por isto. Poderia ter "treinado" conversação com 1000 pessoas a mais se não fosse por isto. Essas desculpas nada mais são que reflexos da timidez, da ansiedade, do medo de rejeição. Da fraqueza.

Por último, mas não menos importante, gostaria de agradecer às pessoas que lêem este blog, que foi criado para que minha própria luta pudesse se transformar de alguma forma em uma motivação para aqueles que como eu acham que uma vida reclusa na "ilha da introversão" não é uma forma de se alcançar uma existência plena e feliz. Me lembro que há 8 anos atrás eu procurei na internet (no Yahoo, porque acho que nem existia Google) por sites sobre timidez, com pessoas que tivessem os mesmos problemas que eu, e como poderia fazer para melhorar. Naquela época, não achei nada e me deixou bastante frustrado. Hoje já consigo encontrar muito mais coisa sobre o assunto, mas ainda poucos tímidos se "arriscam" a escrever um blog sobre isto, de um ponto de vista mais pessoal (sinto muito psicólogos, mas vocês nunca vão entender completamente o que passamos). Espero estar preenchendo um pouco desse vazio na Internet, junto de alguns outros blogs que acompanho, e que muitos outros venham, uma blogosfera de tímidos lutando para se tornarem melhores.

Obrigado às pessoas que me apoiaram e que me deram dicas e críticas construtivas.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Montanha-russa


Me lembro de quando era bem pequeno e fui pela primeira vez a um parque de diversões, com meu irmão menor e minha mãe. Um dos brinquedos desse parquinho era uma montanha russa, não muito grande, mas como eu era bem pequeno ainda, era algo que já assustava. Assustava não, eu me caguei de medo. Era assustadora a velocidade daquele que para mim era uma ferramenta de tortura disfarçada de brinquedo, e de pavor, nem quis brincar nela.

Muitos anos depois, já um bocado mais grandinho, estávamos eu e o pessoal da escola, vindos de excursão em um parque de diversões. Tudo super divertido, até a hora que o pessoal decidiu que queria ir na montanha russa. E acho que todos vocês já devem ter passado por isso, pela vergonha de dizer que não quer ir em um brinquedo por medo. E eu na fila disfarçando meu pavor. E a fila chegando na zona de em,barque, meus amigos conversando e eu pensando que queria sair dali.

Foi então que olhei pro pessoal que estava desembarcando dos carrinhos e vi que haviam crianças bem menores que eu. E elas estavam rindo, como se tivessem adorado aquilo. Naquela hora me deei conta de como estava exagerando. Se aqueles pivetes conseguiam levar aquilo numa boa, porque afinal eu deveria ficar me preocupando. Naquela hora o medo passou. Não todo, mas passou. Só aumentou um pouco naquele momento em que os carrinhos da montanha russa estão prestes a descer em alta velocidade. Mas aí já tinha me dado conta de que estava gostando daquilo. E que tinha sido muito bobo de ficar me preocupando. Todas as outras vezes que andei em uma montanha russa, nunca mais senti medo (o que confesso, tirou um pouco da graça da coisa).

E se a gente encarar os nossos medos dessa forma?

Existe um link postado pelo Genesis, que fala sobre zonas de conforto, muito bom, que vocês podem acessar clicando aqui.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

O pior/melhor conselho


Recebi uma mensagem de um leitor que prefere ficar anônimo, e que depois de ler alguns posts aqui me perguntou:

Do jeito que vc escreve parece até q é fácil isso, ser confiante. Q vc decide q quer ser confiante e se transforma. Acho q essa história de confiança a maioria sabe, mas o dificíl é colocar em prática.

Pois bem. Primeiro, você pode procurar em todos os meus posts, que eu nunca disse que se tornar auto-confiante fosse algo fácil, que acontece da noite para o dia. Não é. É difícil, dá trabalho, e machuca. Machuca o ego. Exige um esforço mental muito grande, porque temos que sair de nossa zona de conforto. Sempre é mais fácil não fazer nada e ficar reclamando da vida. Mas não fazer nada não leva a lugar algum. Me dei conta disso e é por isso que estou nesta luta. Eu não sou confiante como gostaria, mas com certeza hoje tenho muito mais confiança que tinha há um ano atrás, por exemplo (em breve devo fazer um post com o balanço do ano).

Eu bato tanto na tecla da auto-confiança simplesmente porque é o jeito mais viável de mudar. É uma mudança que faz diferença em todos os aspectos de sua vida, não apenas no campo amoroso. E sendo confiante, você pode fornecer às mulheres um produto que está em falta no mercado. Elas terão que se esforçar para ganhar você, e não o contrário.

Existem diversas formas de trabalhar a confiança e auto-estima. Uma delas, que estou seguindo (um pouco) é dar a cara a tapa. Praticamente um treinamento do Bope. Existem outras mais tradicionais, como terapia, PNL, que não posso atestar a eficiência (mas existem pessoas que dizem que dão resultados). Terapias são boas para se conhecer melhor, o que pode ajudar nossa auto-estima.

E qual é a alternativa à "solução da auto-confiança"? Vejo muita gente só reclamando que o mundo não é do jeito que eles queriam E criticam muito as pessoas, as mulheres, algumas críticas que eu até concordo. Mas de que adianta ficar criticando? O mundo não vai mudar por causa disso. É muito difícil mudar o mundo. É praticamente impossível mudar o mundo. Mas é possível nos mudar. É possível nos melhorar. Estamos lidando com uma "matéria" muito maleável: nossas crenças, nossos pensamentos. Você é o maior obstáculo para sua felicidade.

É por isso tudo que digo que esse negócio de confiança é o melhor e o pior conselho ao mesmo tempo. É o melhor porque é basicamente tudo o que precisamos para nos tornar homens melhores. Homens de fato. E o pior porque só ouvir este conselho não vai transformar ninguém. Depende da pessoa tomar a iniciativa, mas normalmente quem ouve este conselho é justamente porque tem problemas para tomar iniciativas na vida.

Espero ter ajudado. Sei que talvez não vá mudar a sua mentalidade quanto a isto, anônimo, mas é a minha opinião.

domingo, 9 de dezembro de 2007

O mito do cafajeste


Todas as vezes que ouço alguém dizer algo do tipo "mulher gosta é de cafajeste" ou "mulher se apaixona quando a gente trata mal", quase sinto vontade de arrancar meus cabelos. Esse é o típico raciocínio de quem só olha a superfície das coisas. É o mesmo que achar que a fumaça preta causa incêndios na floresta ou que as pessoas ricas tem dinheiro graças ao carrão que dirigem. É uma má interpretação do que é causa e do que é consequência.

Quais são as características que a maioria das mulheres procura em um homem? As principais, que já citei milhares de vezes aqui no blog, são auto-confiança, segurança, imprevisível, otimista. Existem outras, claro, mas estas eu diria estão no topo da lista, ou seja, se você tem tudo isso, está no caminho certo.

E agora, vamos pensar no que o cafajeste entrega para ela. Sim, ele é confiante, porque o mais importante para ele é seu próprio prazer, e talvez a reputação que as coisas que ele faz podem trazer para ele. Sem confiança, não seria um cafajeste. Ele é seguro, pois se não fosse, nunca tomaria a iniciativa, principalmente a iniciativa sexual. E se a moça o rejeita, ele tem outras na fila esperando para o abate, então, nada o abala. Ele é imprevisível, simplesmente porque ele pensa muito mais nele do que nos outros. Normalmente quando as mulheres começam a ter algo com um cara, esperam que ele se importe com elas, mesmo que saibam que o cara é um cafajeste. E ele é um otimista, simplesmente porque ele sabe cuidar de si mesmo. Na verdade ele cuida demais de si mesmo. É um egocêntrico.

Porém, não é só isso que o cafajeste entrega às mulheres. Além de tudo isso, ele tem o lado "ruim". Ruim entre aspas, porque é considerado ruim para muitas mulheres. O lado galinha, egocêntrico, que basicamente vê as mulheres como objetos para lhe dar prazer e para colecionar. Mas mesmo com esse lado ruim, que nós homens tímidos achamos que é tão ruim, elas aceitam esses caras, e a gente fica se perguntando como alguém se submete a isso. Como alguém pode preferir ser tratada como lixo por um cara desses e não olha para mim, o bonzinho trabalhador e educado, que praticamente deveria viver com os dundes e fadas no final do arco íris.

Voltamos então ao ponto que havia falado. O cafajeste normalmente tem o que a mulher procura. O tímido bonzinho bundão não. Mesmo tratando mal a mulher, o cafajeste se dá bem, simplesmente porque ele tem o que ela procura. Ele mexe com o útero dela. Ele a faz se sentir mulher. O tímido bonzinho bundão pode tratá-la milhares de vezes melhor, sem as qualidades que ela procura em um homem, ele será apenas um amiguinho assexuado.

Além disso tudo, todo mundo dá valor para aquilo que não é fácil. O cafajeste não é fácil para elas. O amiguinho que compra flores sem nunca ter dado um beijo nelas, é fácil demais. As pessoas não dão valor para o que vem fácil demais.

Moral da história: seja um Homem (com H maiúsculo). Você não precisa ser um cafajeste para que as mulheres sintam atração por você.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Realidades limitantes


Existem diversas definições para timidez. Mas gostaria de dissertar sobre uma que pode ser muito mais útil para ajudar um tímido. Para mim, o tímido é um prisioneiro das próprias crenças limitantes. Ele cria na cabeça dele, e começa a acreditar de verdade, em uma realidade que o sufoca, e que de alguma forma o impede de ser completamente feliz.

Claro, não só os tímidos são acometidos por crenças limitantes, mas diria que viver em uma realidade limitante é o básico para que uma pessoa seja tímida. Pode ser que na realidade dela, o mundo seja hostil a ela, não goste dela e por isso o tímido prefere se esconder. Pode ser que ele ache que nunca se dá bem na vida por ser pobre, ou feio, ou qualquer outro problema externo em que possa botar a culpa, algo completamente fora de seu controle. Sua realidade limitante. Algo que para ele é tão real, que para ele não existe a possibilidade de lutar.

Mas vamos agora mergulhar um pouco mais a fundo na questão, coisa que acho que todo introvertido deve gostar de fazer nas horas vagas em que não está fazendo nada. Vamos analisar porque essas realidades são quase sempre (99,9% das vezes) irreais.

Para todo "problema" que você relacionar a sua falta de sorte na vida, vai existir uma pessoa que tem o mesmo "problema" e que consegue aparentemente ser mais feliz. Isso é só questão de pensar um pouco, vasculhar na sua memória, ou perguntar a outras pessoas. Existem caras feios que pegam mulheres bonitas. Existem pessoas pobres que alcançam um bom emprego. Existem pessoas gordas que tem muitos amigos e são muito queridas. SEMPRE vai existir um exemplo.

Obviamente isto não é o suficiente para os ultra-pessimistas de plantão. Eles sempre levantam outras questões. Imaginam suposições baseadas em suas crenças limitantes. Vão dizer que o sujeito feio que pegou a menina bonita deve ser rico. Que o pobre que conseguiu o emprego deve ter conseguido isso de forma desonesta. Que o gordinho deve ser a fonte de risadas do pessoal e que como alvo das chacotas ele acaba sempre por perto das pessoas. Normalmente, apenas suposições vazias que fecham o quebra-cabeça da realidade limitante dessa pessoa. Mas afinal, onde querem chegar essas pessoas, provando que o mundo é uma merda e que ele é um injustiçado? Isso não o ajuda, não ajuda os outros que passam pelo mesmo problema e não ajuda quem está de fora. Isso só perpetua as crenças limitantes. Se apegar a esse tipo de crença vai no máximo mantê-lo onde está.

O potencial que você tem como ser humano depende radicalmente de suas crenças, do quanto elas permitem que você progrida. E é essa a grande diferença de pessoas que se dão bem na vida, para quem tudo parece tão fácil, e tímidos que preferem se esconder da vida. Essas pessoas bem sucedidas interpretam a realidade de um ponto de vista mais positivo. E TODO evento em sua vida, pode ser enxergado de um ponto de vista positivo. Toda tragédia, todo obstáculo, pode ser visto como um exercício para que você se torne um ser humano melhor. Todas as falhas, todos os erros são suas chances de ouro de aprender algo novo.

Por exemplo, tomar o fora de uma pessoa por quem estamos apaixonados. Esse é o tipo de experiência que pode ser tão terrível para um tímido que muitos passam a vida sem nem tentar nada. Enquanto uma pessoa "não tímida" pode passar uma noite tomando 100 foras, que para ele aquilo foi diversão, uma história que ele pode contar pros amigos, 100 chances para se calibrar melhor para as próximas vezes. Enfim, ele não se abala tanto, porque na realidade dele, o problema pode nem ser ele. As pessoas que deram os foras podem estar de mau humor, ou elas podem ser simplesmente esquisitas, ou podem estar sendo abordadas toda hora por gente chata e dar um fora de cara é a melhor forma de evitar aborrecimento. Enfim, o mais provável é que o problema não é ele. Essas pessoas nem o conheciam. Esse é um exemplo de realidade em que a pessoa tímida poderia viver, mas ela prefere pensar que ele é horrível, ou chato, ou algo assim e que simplesmente essa realidade não permitirá que ele possa vencer na vida amorosa. Besteira. Todos podem melhorar!

Não se permita viver em uma realidade limitante. Não se permita menos que você realmente merece (que todo mundo merece), uma vida plena. Você é que escolhe se vai viver acreditando nessas bobagens que o limitam, e continuar na merda por causa disso, ou acreditar em que pode melhorar, que deve melhorar, e que você vai tomar o mundo que é seu por direito. Uma realidade libertadora!